terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Beleza "morta"...

Há alguns dias eu tenho observado algumas rosas que estão no meu quarto... No início da semana, elas eram lindas, vermelhas, era um veludo espetacular e uma beleza incomparável, porém o tempo passou e elas começaram a morrer, foi quando eu me perguntei: “Meu Deus, por que algo tão lindo tem que morrer?”, e sabe o que foi mais incrível? Mesmo “mortas”, as rosas não perderam sua beleza...
A partir disso, passei a pensar na vida, quantas vezes algo aparentemente belo morre em nossas vidas. Talvez coisas que fazem parte de um passado silencioso, coisas que passaram. Lembramos, mas aquilo parece tão distante, no entanto, apesar da aparente morte, todas as coisas passadas permanecem vivas e belas dentro de nós, pois elas não perdem a sua beleza, assim como as rosas...
O ano passa rápido. Estamos em dezembro e eu já consigo ver a árvore de natal nas lojas, com todas aquelas luzes... Bom seria se o tempo fosse algo que pudéssemos controlar... O tempo de lembrar, o tempo de se fazer lembrar… Porque, as vezes, eu sinto como se o tempo escorresse por entre meus dedos e eu nunca pudesse definir ao certo a duração das coisas. Não gosto de pensar nas coisas que perdi, nas pessoas amigas que partiram, nos momentos de alegria que passei... tudo isso faz eu sentir uma certa nostalgia, como se lembrasse de algo que não volta mais, coisas tão bonitas que parecem ter morrido... Acho que eu mudei, e já faz algum tempo. Não eu inteira, mas uma parte de mim. E isso vem acontecendo ao longo do tempo, tempo esse que insiste em passar tão rápido e de forma tão dolorosamente fria. O passado é como uma ferida que está aberta. Ferida externa cicatriza, porém na alma fica aberta, pode infeccionar...Uma vez aberta uma ferida, ela permanece lá… Tempos doendo mais, outros menos… Mas é uma ferida que não sara, uma saudade que consome de coisas que vão sendo largadas pelo caminho... É como buscar respostas e encontrar mais perguntas. Acho que eu estou crescendo, é isso. Consigo ver as coisas de uma forma que eu jamais imaginei que conseguiria ver. Hoje eu sei que tudo na vida consiste em um ciclo. As ruas e as casas continuam as mesmas, entretanto muitas coisas simplesmente se esvaem... Apesar disso, sempre é tempo de lembrar que se uma flor morre hoje é porque há de nascer outra no lugar... Amanhã.

L.

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